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EPISTEMOLOGIA

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                                                                            9/10/2003 1ª Aula

 

Docente

-        António Humberto Fernandes

 

Avaliação

-        Frequência 60%

-        Trabalho Grupo 40%

 

Bibliografia

Idêntica à do ano anterior

 

Programa

1.      Natureza da Epistemologia

2.      Natureza da Psicologia (ciência humana ou natural ?)

3.      Grandes correntes epistemológicas (realismo, idealismo, rácio-vitalismo Ortega y Gasset)

4.      Desconstrução das grandes dicotomias (ex: intrínseco-extrínseco; teoria-prática; etc...)

5.      Análise crítica de tudo (Pragmatismo)

 

Os Trabalhos incidirão sobre estes pontos  (ex: os vários temas do ponto 4.; os outros pontos per si.)

 

O temo epistemologia significa discurso sobre os saberes;

Na prática existem 2 tradições:

a) Francesa   - Epistemologia das Ciência, abrange ambos os significados da tradição inglesa.

b) Inglesa existe epistemologia das ciências , mas também teoria do conhecimento.

 

 

Bibliografia (recomendada)

 

  1. A Filosofia e o Espelho da Natureza Richard RORTY e Hillary PUTMAN (D. Quixote)
  2. Razão , Verdade e História RORTY (D. Quixote)
  3. Consequências do Pragmatismo (só em Inglês RORTY)
  4. Verdade e Progresso (só em Inglês RORTY)
  5. Esperança no Conhecimento (Francês RORTY)
  6. Dicionário do Pensamento Contemporâneo (D. Quixote) Cap. O Pragmatismo
  7. Epistemologia, Posições e Críticas (Gulbenkian Cap. A ciência natural é uma espécie natural?)

 

O Prof. irá colocar os capítulos de 6. e 7. na Reprografia

 

 

                                                                                                16/10/2003 2ª Aula

 

Tradição Francesa

Espistemologia = Filosofia da Ciência (FC)

Teoria do Conhecimento = Teoria do Conhecimento (TC)

 

Tradição Anglo-Saxónica

Epistemologia = Teoria do Conhecimento

FC = FC

 

Em Portugal

Mistura-se indiscriminadamente as 2 tradições e designações (Epistemologia)

 

Cada vez que se caminha em relação à abstracção do conceito de ciência, começamos a entrar no domínio do conhecimento, daí também a razão de ser deste sincretismo de conceitos.

 

Piaget , p/ex, fala da epistemologia genética como investigação essencialmente interdisciplinar..., afastando-se aqui da ciência psicológica estrita.

 

A Teoria Alemã , é uma derivante da Teoria continental

 

A partir de Kantt a problemática essencial da Filosofia é a questão do conhecimento

 

Os neo-Kantianaos aceitam que o facto científico é fundamental (a ciência é o modelo)

Permitindo a ciência o conhecimento , só se pode conhecer idolatrando o facto científico.

Cai-se porem no paradoxo da autoridade do filosofo, o qual procura o instrumento de fecundação crítica para o conhecimento (e não o cientista)

Mas wissenschaft não significa apenas ciencia, mas também e cumulativamente reflexão sobre essa ciência.

 

Por isso, na Tradição Alemã

TC= TC

FC=FC

Mas...cada um destes factores não existe isoladamente, mas de modo interdependente entre os 2 (TC e FC)

 

 

A FCs só se desenvolve quando as ciências se desenvolvem; poder-se-ia supor que a TC é ais antiga , mas não..

 

Teoria do Conhecimento

 

C/ a Revolução industrial desenvolve-se a ciência.

Kant, já antes tinha referenciado Newton como um paradigma do Conhecimento, minimizando a importância das grandes questões metafísicas (Deus, Alma, a Essência do Mundo); Por aqui não chegaríamos ao Conhecimento.

 

Entre Kannt e neo-Kantianos, temos o idealismo especulativo de Hegel: diz que o primado de Kant à ciência, não tinha razão de ser.

Porém as evidencias praticas do desenvolvimento da Ciência enterrou Hegel, pois o seu idealismo especulativo não trouxe resultados.

 

A problemática de sec XVII/XVIII era, como é que a ciência se havia de libertar da Teologia, e não propriamente , uma reflexão sobre a natureza do conhecimento. (Só apareceram os filósofos profissionais no sec 19/20.

 

E a epistemologia é, pois, uma disciplina recente (sec. 19/20)

 

A MENTE

 

Não se pensava que existia mente (separada do corpo) até ao sec. 17, apesar de alguma confusão que pudesse existir entre mente e alma.

Foi Descartes o responsável por esse conceito:

 

Os GREGOS

Os Gregos (Aristóteles) postulavam que existia em cada Ser uma composição de matéria e forma, que estavam inter-ligadas.

Mas quando aos gregos se colocava um problema eventual sobre mente e corpo, o aspecto sensitivo estaria ligado ao corpo.

Este conceito Grego não levanta qualquer objecção a Teoria do Conhecimento, porque a Forma que o Mundo reveste é que determina o modo como o Sujeito Conhece.

 

Mesmo os cépticos não punham em causa o mundo (a realidade)

 

A questão está na indestrutibilidade da razão; será que a razão (agente de conhecimento) não se perde ?....

 

Mas....Descartes inverte isto tudo

 

DESCARTES

 

Cria o conceito de mente uma área interior que tudo contém (dores, sensações, conceitos, Conhecimento, inferências lógicas sofisticadas, etc...)

É uma substância própria diferenciada do corpo.

 

Para os Gregos a substância de um Ser (ex: uma Rã) seria replicada pelos diferentes elementos constituintes da classe.

O Homem, p/ exemplo tem uma forma (material) e um conteúdo formal (a razão).

 

A Forma e a Matéria envolvia tudo para os Gregos Dimensão qualitativa

 

Com Descartes o aspecto quantitativo ganha primazia. Só existem átomos e vazio ( a matéria é um todo)

Podemos considerar a matéria como conceito geral.

Daí o cogit ergo sum, em que a matéria seria a mente

 

Descartes não põe ainda em causa de que a mente influencia a percepção do mundo, mas introduz o véu das ideias por que coloca mesmo o que anteriormente seria corporal (gregos) do lado do mundo.

Não seria possível conhecer directamente o objecto, mas teríamos apenas acesso a uma representação mental do mesmo.

 

Porém, este pensamento leva-nos à consideração e eventual contestação da própria natureza real dos objectos (hipótese do génio maligno que enganaria os mortais, dando-lhes o mundo como uma ilusão)

 

Coloca-se a importância de entreabrir o véu , que nos permitiria conhecer mais fidedignamente a realidade.

 

Pode-se, porém, desconstruir estas questões com :

 

-        a confrontação dos argumentos linguísticos não se confrontar com a realidade do mundo , mas com esses próprios argumentos

 

Será que existe algo de essencial para além do meramente linguístico ?

Confrontamo-nos alguma vez com o mundo, ou só nos confrontamos com a linguagem ?

 

O mundo não será inventado pela linguagem, mas só é acessível através da linguagem.

 

Até a dor poderá ser um fenómeno linguístico, levando à conclusão de que a mente fica esvaziado de tudo

 

Gregos O mundo é o mundo, e a linguagem o seu espelho

Descartes o mundo é o mundo, e a linguagem tenta representar o mundo.